terça-feira, agosto 29, 2006

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

E o sol cruzou o espaço.
Encontrou o outro lado do mundo.
Em busca da luz, lá vou eu mais uma vez.
Quero cantar pra vocês.
Quero sorrir um sorriso sincero
Luzir as estrelas, os planetas
traçar a órbita da terra.
Vidas tão diferentes, tão distantes
sentidos opostos, horários trocados.
E a noite virou dia.
Quem diria ?
Logo eu companheiro ?

Sem destino, sem rota, sem rotina.

Fecho os meus olhos e estou tão perto de ti.
Parecia tão distante quando fui dormir.

Mas sou um sonhador.
E permaneço acreditando.
Enquanto estiver dormindo
estarei por lá cantando.

O sol é vermelho.

Sou de carne, osso e coração.
Me chamo determinação.
Meus pés não fogem do chão.
Não tenho medo de viver.

Estou aqui
agora
e pronto.

Eu amo o que faço.

Ponto!!!!!!


Beijos amigos
Sigo em direção ao outro lado do planeta terra.
Depois te conto.

Luz e amor

Tico Sta Cruz
Não fujo da guerra!!!!

terça-feira, agosto 22, 2006

Bom Dia, Angústia !

Por que alguma coisa em vez de nada ?
Por que isto em vez de outra coisa ?
Eu em vez de outro ?
Viver em vez de morrer ?
Assim e não de outra maneira ?

Mas ninguém para salvar e é a própria salvação.
É preferir dizer o mal que é do que o bem que não é.

A Moral não pertence a ninguém.
Mas a esquerda não a pode dispensar enquanto a direita
como tal, não precisa dela.

O que o dinheiro nos ensina não é que somos egoístas,
mas a que ponto somos.
O valor de um ser humano, sua dignidade é o que nele não está a venda, o que não tem preço. Se tudo se vende é porque nada vale.

Como o coração humano é oco e cheio de lixo.

O dinheiro não é um bem dentre outros, é o equivalente a todos. Não é um bem real, é o acesso indefinido a todos os bens possíveis. Não é, ou não somente, uma posse presente é a posse antecipada do futuro.
O dinheiro que temos é a promessa de tudo que teremos.
Já o usufruímos no imaginário pelo que a riqueza é também um prazer.
Ser rico é usufruir no presente de todo futuro disponível.

No entanto, mas vale amar o dinheiro pelo descanso que ele permite do que por aquele que ele faz perder.

Um gosto de morte, um gosto de solidão, um gosto de verdade, um gosto de vaidade, um gosto de decepção, um gosto de cansaço, um gosto de lassidão e tudo se mescla com os prazeres, envolve-os, acompanha-os, mascara-os ou ressalta-os conforme os momentos.

O corpo é um bom juiz e o único.

Não se morre uma vez, afinal de contas, morre-se todos os dias, cada instante de cada dia. A criança que eu era está morta no adulto que me tornei, aquele que eu era ontem está morto hoje ou sobrevivem em mim apenas na medida em que lhes sobrevivo, cada qual transporta seu cadáver consigo e jamais retornarão os amores antigos.

Nenhum SE é real.

O amor decepciona, a política decepciona, a arte decepciona, a filosofia decepciona. Pelo menos decepcionam primeiro e por muito tempo até o dia em que os amamos pelo que são, pelo que realmente são, pelo que são apesar de tudo e já não pelo que se tinha esperado deles.
Não se trata de acreditar.
Trata-se de conhecer e amar.

TODA ESPERANÇA É DECEPCIONADA SEMPRE !!!!!!
Só existe felicidade inesperada.

Amar é aceitar, suportar quando preciso
Alegrar-se quando se pode
Sabedoria trágica é a única que não mente.

Felicidade e infelicidade
Vida e morte
Prazer e sofrimento

Aquele que só amasse a felicidade não amaria a vida e com isso se proibiria de ser feliz. A vida não é um supermercado cujo os clientes seríamos nós. O universo nada tem para nos vender e nada diferente para oferecer senão ele próprio, nada diferente senão tudo.

Como a vida tem gosto de felicidade assim a felicidade tem gosto de desespero.
A vida é o contrário de uma utopia.
A vida é o conjunto das funções que resistem a morte.


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Este texto é parte de um estudo do livro chamado
"BOM DIA, ANGÚSTIA" do Filosofo contemporâneo francês
André Comte-Sponville que também é o autor de um excelente livro chamado "Pequeno tratado das grandes virtudes".
Muito bons!!!!!

Está indicado.

Luz para todos.

Tico Sta Cruz

terça-feira, agosto 15, 2006

Olhar do vigia.

O olhar do vigia é atento ao movimento.
Olhar vidrado,
mão na pistola ao lado direito de seu corpo tenso.
Quase paranóico.
Observando os passos lentos.

A fila do banco é sonolenta.
A caixa reclama do que faz.
Pagamento
vencimento
saldo
extrato
conta corrente
cartão de crédito

Por ela passa muito papel
dinheiro que daria para acabar com a miséria do condado,
fazer um foguete
viajar para o céu
tomar um sorvete.

As pessoas acabam se conhecendo na fila chata.
Batem papo, reclamam da vida, resmungam.

O olhar do vigia continua atento
a qualquer momento
alguém pode querer ter acesso ao eldorado.
A força, a bala, a violência
que cala
e silência a noite
onde o vigia deixa de ser vigia
e torna-se um homem comum.

No estabelecimento
pode ser que tenha que dar sua vida
pelo patrimônio do patrão.
O patrão nem sabe quem ele é !!!
Não se importa com seus filhos
nem com sua mulher.
O patrão só tem interesse no resultado final.

Os boys vagam com seus malotes.
Donas de casa acertando as contas com a light
Cedae
Iptu
Ceg
por ai vai.

Só entrei nesse lugar estranho
por que prefiro fazer as pequenas tarefas do dia dia.

Ao me desligar de todas as máquinas
pessoas
boletos
pensamentos
preocupações
me espantei com o olhar do vigia.

Paranóico.
Atento.
A qualquer momento...
Algo pode acontecer !


Tico Sta Cruz

domingo, agosto 06, 2006

Um pouco de muito.

São Paulo,06 de agosto de 2006

Um típico dia verde
com sol verde e sentimentos bons.
Que a harmonia colorida envolva nossos lares.
Antes que venha o amanhã
quero ser feliz agora.

**** Então brinco de deixar meu cérebro escrever o que desejar ****

A dialética formada por estereótipos costumeiros da informalidade
que se mostra alheia diante de vossas retinas,sucumbe ao natural.
Embora a loucura não seja necessariamente o único caminho
a construir uma falsa moral ou impressão dispersa, permita-se ouvir
a voz do coração que pulsa e se esconde por entre vossas orelhas.

Sim a morte é um espaço entre o silêncio não devemos teme-la.
É o caminho para onde a vida segue e seguirá.
Seguiremos e seguirão.
E continuarão seguindo contra ou a favor de vossa vontade.
É assim a história.
Para a vida, enquanto o viver, enquanto for vivido,
enquanto exista o estalo que te coloque diante do universo
que podes rotular ou classificar com as palavras.

Como queiras!!!!!

Palavras seguindo sem sentido numa frase é como uma vida
buscando explicações para tudo.
São infinitas as possibilidades.
Desconexas.
Podem ou não um encontro no caos.


Então escuto alguém recitando um poema de Mário de Sá Carneiro.

" Perdi-me dentro de mim
Quando era um labirinto
Agora quando me sinto
é com saudades de mim.

(...)

Comigo me desavim
Fui posto em todo perigo
Não posso viver comigo
Não posso viver sem mim"


Obra de um quadro de uma pintura de uma tela em branco
no meio de um churrasco, com pastores alemães nos rondando
um pedaço de bom bom que quebraria uma vidraça
fumaça, coca cola, carne branca, Jazz, Dub, Artes plásticas.
Companias de alma, amigos interestelares.
Saudades infantis.
Mensagens de celulares.
Papos celestiais, astronômicos, cômicos, trágicos.
Saudades do amigo do peito, dos nossos momentos mágicos.
Grama verde e alma jovem inspirada, criativa, determinada
intuitiva, inconformada, convidativa.
Enganamos todo mundo!!!!!
Eles pensaram que seriamos vagabundos.
Nos apontaram os dedos e esperavam por um futuro hostil.
Soubemos desafiar o medo e vivemos de arte no Brasil.
Ele faz cenários, grafites, projetos interessantes.
Poesia visual.
Nós fazemos música, dizem: "comercial".
**Risos**
(O que seria de mim se minha música não me rendesse
uma vida digna ?
O que seria do meu filho se não pudesse oferece-lo o que não tive
quando era um menino ?
Não falo de dinheiro. Falo de segurança psicológica, de amor, de
fraternidade, de uma sensação que só quem faz verdadeiramente
o que ama pode oferecer a um ser tão sensível.
Saberia me dizer qual é ?)

Eu escrevo o que penso, tento um poema ou um conto,
filosofo, registro meus sentimentos, hoje creio que posso.
Acho engraçado os que duvidaram e duvidam de mim.
Me julgam por suas próprias capacidades ?
Não que me sinta numa posição completamente cômoda.
Preciso lutar todo dia para manter
a chama dos meus sonhos acesas, firmes, com raízes fortes.
Tenho minhas neuras, minhas paranóias, meus desejos,
meus medos, minhas angústias, minha pretensão em mudar
algo ao meu redor, plantar sementes, semear tranquilidade,
colher frutos saudáveis e presentes que me permitam um sorriso.
Nós ainda não vencemos amigo, mas vamos nessa luta até o fim.

Para nos reunirmos num final de semana qualquer, no meio da tarde
na selva de pedra com outros que tem destinos em comum.
Fazemos o que amamos e desafiamos as desconfianças alheias.
Seus castelos de areia, suas certezas vis.

De sobremesa uma torta de morango.
O Táxi chamando lá fora.
Vamos embora, alguns precisam dormir.

Eu não.

Estou aqui no quarto de um irmão.
Ele já em estado profundo, abraçado pela cama, coberto
por lençóis, olhos fechados e expressão tranquila, de quem
viveu um dia feliz.

Eu também vivi este dia e tenho buscado dias felizes.
Tenho tentado me ausentar do futuro.
Estou aqui, acordado, escrevendo, esperando o sono comprado.

Andamos pela noite fria, comemos um hotdog já mais de madrugada.
Fomos a casa de um outro aliado.
Artista de coração.
Papo furado, dublagem, musica árabe, diversão.
Conversamos sobre o calendário maia, sobre fases da lua, da vida.
Conversamos sobre quem diz que engravida e soa alarme falso.
Conversamos sobre mulheres interessantes e mulheres chatas.
Conversa fiada.

Eu, ainda achei que pudesse encontrar disposição para ouvir um som,
ver gente bonita, vagar pela Augusta, observar o movimento da boemia.
Exercer um pouco da minha liberdade.
Perguntar a uma puta quanto ela cobra, só de curiosidade.
Ainda que quisesse algo mais.
Tive que escutar meu coração
e ele estava me sussurrando:
" Hoje não amigo, volta para o hotel e vai dormir em paz"

Estou aqui.
Dissecando meu dia, encontrando alegria, diante da solidão.

Tô cansado de cara amarrada me olhando.
Me cobrando atenção, sorrisos que não quero dar.
Não pretendo ceder a simpatia obrigatória.
Também já não me sinto culpado por pensar assim.
Não me senti arrogante ontem.
Só não estava afim.
Pronto.
Pode dizer o que quiser, vamos lá, diga !!!
Não sei se vou ouvir, mas vamos lá, não se cale !!!

Hoje foi um dia feliz.
Saudades do meu pequeno.

Vou para o meu quarto.
Talvez leia um pouco, talvez assista televisão.
Preciso tomar um banho, preciso beber água.

Vou deixar meu irmão dormindo sereno.
Amanhã é amanhã.
Todo em branco para que possamos preenche-lo.

Beijos, abraços, sorrisos.

Tico Sta Cruz

sábado, agosto 05, 2006

Quando o que eu disse não foi o que falei.

Sinta o que um homem sente quando tem seus pensamentos editados.
Quando o que foi dito, não é expressado.
Quando o conteúdo é manipulado por quem tem nas mãos o poder da decisão final.
Sinta um pouco da frustração que já senti algumas vezes.
É mais ou menos isso, como olhar os comentários do post abaixo e perceber que tudo
o que você escreveu, pensou e quis expressar não passou pelo crivo dos interesses
de quem determina o que as pessoas podem ou não saber a respeito de suas idéias.

Daí que devemos sempre nos perguntar quando nos deparamos com uma manchete de jornal, uma notícia ou uma entrevista. A quem interessa o que estamos lendo ?
Peguem suas revistas, jornais ou assista a TV e ouse imaginar tudo que possa estar por trás de tantas edições. Quantas mensagens não puderam ser passadas, quantas idéias deixaram de receber a luz da reflexão coletiva, porque alguém decidiu o conteúdo do que chega até seus olhos e ouvidos.

Amo este espaço, porque aqui não tem censura.
Falo o que quero, penso a respeito do que desejo e sei que minhas idéias
estarão sempre chegando até quem se interessa de forma direta e objetiva, sem
atravessadores, embora esteja sempre pensando em maneiras diferentes de conseguir
infiltrar alguma coisa onde recebo o espaço.



Relaxe, goze e aproveite.

Tico Sta Cruz

terça-feira, agosto 01, 2006

Luz, câmera, ação.

Sinto-me superficial, artificial.
Fruto da necessidade de atenção
individual ou não.
Preciso de algo que preencha meu coração
de uma substância que deve ter me faltado
na infância.
Não saberia descrever
mas os humanos chamam de amor.

Talvez essa minha carência por elogios
seja fruto da insegurança a qual fui submetido.
As duras críticas que recebi ao longo de todos estes anos
que se passaram sem que pudesse me encarar como uma
pessoa normal, comum, que erra e acerta, com defeitos e
qualidades. Previsível como estes versos.
Desconfiado é verdade porém intrometido e desafiador.
Desejo participar da história, mas só de ter este desejo
já não sei se pode ser legítimo.

Aos meus ídolos perguntaria se premeditaram algo.
Se realmente não se importavam com a opinião alheia.
Se faziam suas obras somente para si mesmos e se foi por este
motivo que se tornaram
referências para toda uma geração.
Sou pretensioso e gostaria de receber uma resposta sincera.
Talvez na minha ingenuidade, esteja me expondo demais.

Não preciso das críticas ?
Não preciso dos aplausos ?
Não preciso da aprovação ou do reconhecimento ?
Não preciso de opiniões ?

Será que sou auto-suficiente o suficiente para ignorar quem me lê,
quem me ouve ou quem me vê ?
Será que posso seguir sem isso e dar gargalhadas com as galhofas
as quais minhas obras são submetidas ?

Estou confuso!!!!!

Qual é o papel do artista ?
Proporcionar sensações ao público ou simplesmente fazer
de seu corpo instrumento para a expressão divina sem se importar
com mais nada ?

Embora acredite que a originalidade está na origem da experiência
e esta seja individual,a maneira de expulsa-la ao universo pode passar por mil critérios. De meras cópias a genialidade.
Mas não pode ser demonstrada propositalmente, ainda que realmente não seja.
Que diferença faz para o gênio que a sua obra seja considerada genial
se a genialidade está em não se pensar nisso ?

Me sinto um estúpido, um palhaço.
Porque admito que sua opinião não é fundamental para que continue
vivendo mas me ajuda a buscar caminhos novos ou antigos que me façam refletir a respeito do que me movimenta através do tempo.

Sou vaidoso, gosto de aplausos, me importo com as crítica, detesto quando sou ignorado, quero atenção, preciso mostrar minha capacidade, desejo que os outros gostem, me irrito com a indiferença, adoro elogios e assumo que busco reconhecimento.
Sendo assim, concluo que sou um artista medíocre.
Não sou original, pois tenho consciência de meus desejos íntimos
pela arte e se a arte deva ser realmente só pela arte, minha promiscuidade cínica me coloca diante dos seus olhos e não
sei como reagir, nem sei se devo.

Não tenho idéia de como me classificar, não sei se estarei classificado.

Sinceramente, não esboce a sua opinião ao término
desta leitura. Quero experimentar a sensação que os grandes
artistas devem ter ao concluírem suas obras.
A sensação, de que eu me basto e foi para mim que escrevi
tudo isso. P O N T O.
Mas Então...
Por que estou lhes mostrando?

Tico Sta Cruz