São Paulo,06 de agosto de 2006
Um típico dia verde
com sol verde e sentimentos bons.
Que a harmonia colorida envolva nossos lares.
Antes que venha o amanhã
quero ser feliz agora.
**** Então brinco de deixar meu cérebro escrever o que desejar ****
A dialética formada por estereótipos costumeiros da informalidade
que se mostra alheia diante de vossas retinas,sucumbe ao natural.
Embora a loucura não seja necessariamente o único caminho
a construir uma falsa moral ou impressão dispersa, permita-se ouvir
a voz do coração que pulsa e se esconde por entre vossas orelhas.
Sim a morte é um espaço entre o silêncio não devemos teme-la.
É o caminho para onde a vida segue e seguirá.
Seguiremos e seguirão.
E continuarão seguindo contra ou a favor de vossa vontade.
É assim a história.
Para a vida, enquanto o viver, enquanto for vivido,
enquanto exista o estalo que te coloque diante do universo
que podes rotular ou classificar com as palavras.
Como queiras!!!!!
Palavras seguindo sem sentido numa frase é como uma vida
buscando explicações para tudo.
São infinitas as possibilidades.
Desconexas.
Podem ou não um encontro no caos.
Então escuto alguém recitando um poema de Mário de Sá Carneiro.
" Perdi-me dentro de mim
Quando era um labirinto
Agora quando me sinto
é com saudades de mim.
(...)
Comigo me desavim
Fui posto em todo perigo
Não posso viver comigo
Não posso viver sem mim"
Obra de um quadro de uma pintura de uma tela em branco
no meio de um churrasco, com pastores alemães nos rondando
um pedaço de bom bom que quebraria uma vidraça
fumaça, coca cola, carne branca, Jazz, Dub, Artes plásticas.
Companias de alma, amigos interestelares.
Saudades infantis.
Mensagens de celulares.
Papos celestiais, astronômicos, cômicos, trágicos.
Saudades do amigo do peito, dos nossos momentos mágicos.
Grama verde e alma jovem inspirada, criativa, determinada
intuitiva, inconformada, convidativa.
Enganamos todo mundo!!!!!
Eles pensaram que seriamos vagabundos.
Nos apontaram os dedos e esperavam por um futuro hostil.
Soubemos desafiar o medo e vivemos de arte no Brasil.
Ele faz cenários, grafites, projetos interessantes.
Poesia visual.
Nós fazemos música, dizem: "comercial".
**Risos**
(O que seria de mim se minha música não me rendesse
uma vida digna ?
O que seria do meu filho se não pudesse oferece-lo o que não tive
quando era um menino ?
Não falo de dinheiro. Falo de segurança psicológica, de amor, de
fraternidade, de uma sensação que só quem faz verdadeiramente
o que ama pode oferecer a um ser tão sensível.
Saberia me dizer qual é ?)
Eu escrevo o que penso, tento um poema ou um conto,
filosofo, registro meus sentimentos, hoje creio que posso.
Acho engraçado os que duvidaram e duvidam de mim.
Me julgam por suas próprias capacidades ?
Não que me sinta numa posição completamente cômoda.
Preciso lutar todo dia para manter
a chama dos meus sonhos acesas, firmes, com raízes fortes.
Tenho minhas neuras, minhas paranóias, meus desejos,
meus medos, minhas angústias, minha pretensão em mudar
algo ao meu redor, plantar sementes, semear tranquilidade,
colher frutos saudáveis e presentes que me permitam um sorriso.
Nós ainda não vencemos amigo, mas vamos nessa luta até o fim.
Para nos reunirmos num final de semana qualquer, no meio da tarde
na selva de pedra com outros que tem destinos em comum.
Fazemos o que amamos e desafiamos as desconfianças alheias.
Seus castelos de areia, suas certezas vis.
De sobremesa uma torta de morango.
O Táxi chamando lá fora.
Vamos embora, alguns precisam dormir.
Eu não.
Estou aqui no quarto de um irmão.
Ele já em estado profundo, abraçado pela cama, coberto
por lençóis, olhos fechados e expressão tranquila, de quem
viveu um dia feliz.
Eu também vivi este dia e tenho buscado dias felizes.
Tenho tentado me ausentar do futuro.
Estou aqui, acordado, escrevendo, esperando o sono comprado.
Andamos pela noite fria, comemos um hotdog já mais de madrugada.
Fomos a casa de um outro aliado.
Artista de coração.
Papo furado, dublagem, musica árabe, diversão.
Conversamos sobre o calendário maia, sobre fases da lua, da vida.
Conversamos sobre quem diz que engravida e soa alarme falso.
Conversamos sobre mulheres interessantes e mulheres chatas.
Conversa fiada.
Eu, ainda achei que pudesse encontrar disposição para ouvir um som,
ver gente bonita, vagar pela Augusta, observar o movimento da boemia.
Exercer um pouco da minha liberdade.
Perguntar a uma puta quanto ela cobra, só de curiosidade.
Ainda que quisesse algo mais.
Tive que escutar meu coração
e ele estava me sussurrando:
" Hoje não amigo, volta para o hotel e vai dormir em paz"
Estou aqui.
Dissecando meu dia, encontrando alegria, diante da solidão.
Tô cansado de cara amarrada me olhando.
Me cobrando atenção, sorrisos que não quero dar.
Não pretendo ceder a simpatia obrigatória.
Também já não me sinto culpado por pensar assim.
Não me senti arrogante ontem.
Só não estava afim.
Pronto.
Pode dizer o que quiser, vamos lá, diga !!!
Não sei se vou ouvir, mas vamos lá, não se cale !!!
Hoje foi um dia feliz.
Saudades do meu pequeno.
Vou para o meu quarto.
Talvez leia um pouco, talvez assista televisão.
Preciso tomar um banho, preciso beber água.
Vou deixar meu irmão dormindo sereno.
Amanhã é amanhã.
Todo em branco para que possamos preenche-lo.
Beijos, abraços, sorrisos.
Tico Sta Cruz