quinta-feira, março 27, 2008

Das coisas que mudam o mundo parte III

Amigos,
qual não fora minha surpresa com a proporção que tomou nosso debate com relação aos temas expostos nos textos anteriores. Os comentários poderiam render um bom livro coletivo. Se alguém tiver curiosidade de imprimi-los verá a quantidade de leitura que fizemos e o quanto nos dispusemos a pesquisar e escrever. Em muitas faculdades não encontrei tanto entusiasmo.

A D O R E I.

Acho que vou fazer mais experiências estranhas para que possam me render novas abordagens e consequentemente novos horizontes a serem explorados por todos nós. Estou em busca de crônicas que escrevia para o jornal da escola quando estava no primeiro ano do segundo grau. A mim cabia uma parte nesse periódico e é interessante ver o quanto o ato de escrever sempre esteve presente em minha passagem por este planeta. Vou encontrá-los e publicar, deve ter muita coisa divertida.
Hoje tenho a oportunidade de ser articulista de um grande jornal do Rio de janeiro. "O DIA" permite que expresse minhas opiniões e TODAS AS SEGUNDAS, reflexões e questionamentos estão a disposição dos leitores. Quem quiser acessar o site o endereço é www.odia.com.br .

Fico feliz em saber que os livros influenciam tanto, mas tanto em minha existência que o mínimo que posso fazer ao digeri-los é ( depois da correção de um leitor...) **então penso, penso, penso, no que pode dar o efeito que quero***... repassá-los adiante.

Tenho fé de que muitos jovens que estão transitando por aqui se destaquem em seus círculos por uma mudança simples de atitude. O AMOR AOS LIVROS. Entender que nossa geração não pode ficar somente entre a que passou e a que está por vir, temos o dever de plantar sementes de estimulo aos nossos amigos, parentes, colegas de escola ou faculdade gerando e dividindo com todos o prazer de ler,pensar, escrever e duvidar.
Aprendo muito com todos vocês também.

Segue o documentário para ser visto e debatido.


Notícias de uma Guerra Particular

Kátia Lund e João Moreira Salles retratam o cotidiano dos moradores e traficantes do morro da Dona Marta, no Rio de Janeiro, em Notícias de uma Guerra Particular.

1 http://br.youtube.com/watch?v=K9TS_N2YbZ4

2 http://br.youtube.com/watch?v=ZHCkfK05hnM

3 http://br.youtube.com/watch?v=EfofGTEEjuA

4 http://br.youtube.com/watch?v=lDmQYtV0bdA

5 http://br.youtube.com/watch?v=HAORKhHLTOg

6 http://br.youtube.com/watch?v=ktCr-YnwzuU

7 http://br.youtube.com/watch?v=23Wf1ysi3w0

8 http://br.youtube.com/watch?v=ayKjqfFatBU

9 http://br.youtube.com/watch?v=aGdBrbnTvrc

X http://br.youtube.com/watch?v=rASOJaHNicI


Luz.

Tico Sta Cruz

21 Comments:

Blogger Le said...

Tudo por aqui é muito intenso, também estou adorando.

Pode ter certeza, as "formiguinhas" estão se espalhando!
Cada vez que entro por aqui, renovo minhas convicções que ainda tem jeito, e podemos fazer alguma coisa!

A dúvida, a Provocação geram conhecimento e o conhecimento + Atitude pode gerar a mudança...


Abraços para todos,

"Povo que não tem virtude acaba por se escravo"
Leticia

5:46 AM  
Blogger (( Brunosauay )) said...

Estive assistindo a alguns dos videos, e essa violência que fez do rio sua moradia, nunca irá mudar enquanto não houver vontade política. Acho que nossos representantes deviam-se preocupar um pouco mais com o bem-estar da população, em vez de apresentarem projetos que visam apenas aos seus interesses pessoais.
Nosso código penal também deveria ser atualizado. CHEGA DE PRISÃO PARA NEGROS E DESVALIDOS. Cadeia para todos os que transgridem é o que esperamos.

A unica estratégia que vejo para isso, é, a de dar EDUCAÇÃO. Temos que experimentar essa fórmula para ver se dá certo. Não sei como viabilizar o combate à violência sem tratar de educação. Em vez de eugenia, vamos instalar escolas de qualidade. Essa fórmula nem foi colocada em prática e já se cansaram dela?

É a pergunta que fica.


Abraço irmão!

6:59 AM  
Blogger Filho said...

Oi, cara!
Como quase sempre na net, caí aqui de paraquedas no meio dessa tremenda discursão e fiquei maravilhado com a efervecência desse clube. Tentei acompanhar um pouco do debate para compreender melhor o tema, mas devido a minha falta de tempo não pude apreender tudo.
Quanto a uma declaração sua deste último post, espero mesmo que você não seja um bulêmico literário. Afinal os bulêmicos vomitam antes de digerir.

Abraços!

9:25 AM  
Blogger Ticomiah said...

Seja bem vindo Filho.

Obrigado pela correção, vou alterar o texto.

abs

Tico

9:56 AM  
Anonymous Anônimo said...

Lu
Esse é o meu primeiro comentário aqui nesse espaço, que achei maravilhoso.Sou de São Paulo e aqui a violência é a mesma do RJ,sempre falo para o meu marido que a diferença é o tamanho da cidade, como SP é muito grande a violência fica espalhada, então se tem a impressão que ela é menor.Mas eu acho que as pessoas vêem aquilo que lhes convem.Mora na periferia da Zona Norte de SP em um conjunto habitacional, onde as pessoas se acham muito superiores das famílias que moram nas favelas ao lado,é um contraste muito grande.Um exemplo disso e que me indignou muito foi que pedi uma tv a cabo e eles me informaram que não era possível realizar a instalação porque a região e considerada como favela.
Aí me pergunto, o que tem a haver se a região é ou não uma favela que no caso a parte a onde eu moro não é, e se fosse porque não teriamos direito de ter se podemos pagar, daí já começa a discriminação e isso todos nós sabemos que leva as pessoas a revolta. A região onde moro tem muitas escolas, mas são muito perigosas o tráfico acontece dentro delas,por isso tenho que levar os meus 3 filhos para estudar em outro bairro para eles poderem ter um ambiente melhor já que o estudo no estado está cada vez mais precário.Esses dias minha filha de 12 anos chegou da escola e disse que a professora perguntou porque ela não estudava perto de casa e ela explicou que é por causa das drogas nas escolas aqui do bairro, ela respondeu a minha filha que eu era uma pessoa muito arrogante que qual era o problema de ela estudar nessas escolas se é tudo a mesma porcaria ( detalhe essa professora é de Geografia já estamos no final de março e até agora ela não deu uma linha sequer de lição para os alunos),fiquei indignada com esse comentário.Eu penso que cabe a nós pais e cidadãos tentar melhorar esse país eu procuro fazer o que está ao meu alcanse para que isso aconteça,e procuro dar aos meus filhos dentro do que me é possível o melhor, é muito díficil para mim bancar a condução de 3 crianças todo mês, seria mais comodo para mim leva-los ao colégio que fica na esquina da minha casa.Mas e a minha responsabilidade como mâe, vou ver meus filhos ficarem expostos ao tráfico e não vou fazer nada para tentar dar um futuro melhor para eles.A tarde todos fazem aula de música no Projeto Guri, procuro ocupar o tempo deles com coisas que lhes sejam uteis no futuro, não quero que virem músicos quero que tenham cultura que conheçam outras coisas do mundo para que quando forem adultos tenham opinião sobre as coisas e não uns babacas que não vão interagir com nada.
Infelizmente eu acho que toda essa violência está aí porque as pessoas preferem não se informar, estudar conhecer coisas novas ter opinião.Preferem se fechar em seu mundinho e achar que tudo está lindo e maravilhoso.Enquanto as pessoas optarem por ficar com essas vendas do egoísmo nos olhos vamos continuar nesse processo horrível de violência.
Adorei esse espaço, estava precisando colocar algumas coisas para fora, obrigado.
Beijos
gostei muito da maneira como você coloca os assuntos para serem debatidos.
Valeu!

10:50 AM  
Blogger Vera Lucia said...

Oi Tico,
Eu assisti os vídeos e depois fui mexer nos meus jardins, para buscar um pouco de equílibio, porque o que vi me tocou lá no fundo. Num primeiro momento, chegou a me fazer mal. Depois de pensar um pouco, me refazer, voltei aqui pra comentar e acabei lendo o comentário da Luciana, aí em cima e a emoção foi maior ainda.
Preciso de mais um tempo pra poder falar alguma coisa.

Desde que tu comessasse a escrever nesse blog, já falas sobre esse assunto e dentre todos os textos, tenho um, que pra mim, é um dos melhores que tu já fizesse e se não me engano se chama PAZ.exe.
Só que ler algo é uma coisa, agora ver as imagens, ouvir os depoimentos, é totalmente diferente.
O rosto daquelas pessoas, o sofrimento, o cansaço do policial que não vê luz no fim do túnel, é assustador.

Lembrei do livro da Patrícia Mello que tu indicasse, mas agora as cenas começam a aparecer diferente na minha cabeça.
Não gosto desse mundo, não desse jeito.
Vou voltar depois pra comentar, porque agora meus pensamentos estão desordenados por causa da emoção.
Só te digo uma coisa, isso não é vida.

Depois de assistir isso, precisamos de muita luz mesmo.

Luz pra ti também...

11:57 AM  
Blogger Luana said...

Ei,

Acabei de assistir ao documentário.
É muito sofrimento, não é...pensar em ficar cara a cara com um cara como aquele que fala, revoltado, atrás das grades. O que ia ser de mim! O que é feito das pessoas que por algum motivo caem nas mãos deles, ou da polícia.... a questão é tão complicada, que me sinto burra diante dela, sem saber o que fazer e por nde começar.

São várias gerações compartilhando dessa cultura do tráfico, desta afirmação social. Mudar esta mentalidade pode até ser possível, mas sem dar paralelamente condições para a melhoria de vida destas pessoas, será um trabalho perdido.
Eu também não posso comprar um tenis de 400, 500 reais, nao quero trabalhar para ganhar salário mínimo. Mas porque aceito e me encaixo no sistema.... só posso crer que seja educação....família, alimentação e uma certa retaguarda financeira.
E porque eles não se encaixam.... por que o mesmo sistema os corrompe,com a oferta de poder e dinheiro.

Detalhe: aquele depósito de armas é uma imagem impressionante. Sem contrle algum, as armas amontoadas, qualquer um chega lá e pega o que quiser.... tudo velho caindo aos pedaços, da pra ouvir ate máquina de escrever ao fundo...totalmente arcaico o sistema. A Policia civil pra mim é uma escrota (eles me passaram esta impressão/preconceito) a PM é a que rala, mas tb é corrupta, o BOPE é cruel, mas é que pega mais rabo de foguete, e a polícia federal é celebridade!

Não sei... espero alguns comentários, para que talvez eu possa ter como começar a pensar...

Sei que é triste e eu tenho medo.

11:58 AM  
Blogger Unknown said...

Olá como vai? Cara, não conhecia seu blog e achei muito bacana. Penso o seguinte: 1- Onde há miséria, há violência. 2 - A finíssima classe média do Brasil só pensa em ficar rica e não esta neim aí para nada. Não perceberam ainda que seus interesses estão muito mais ligados aos dos póbres do que os dos ricos. 3 - O sistema é um sistema excludênte, e isso é fato. Um dos fatores do capitalísmo é a mão-de-obra reserva, ou seja, desempregados. Inerente a isso vem a miséria. Afinal, o que justifica uma pessoa nascer rica e 100 pessoas nascerem miseráveis, sem assistência a saúde, péssima educação fornecida pelo Estado, sem dignidade? Onde não há democracia econômica, a democracia política é uma farsa. Agente fica esperando tudo o tempo todo dos políticos, mas não percebemos que estes são peões de um jogo onde uma elite preconceituosa e conservadora dá as regras. A mudança tem que vir da gente, do povo. Nós somos os dirigentes do Estado por lei. Esta lá, na Constituição Federal.
É a minha opinião. Abraço véio.

12:04 PM  
Blogger *Carol Carolina* said...

Eu já tinha assistido esse documentario no 2º ano de faculdade, pra fazer um trabalho de sociologia, sobre a hierarquia dentro de uma favela.

Aliás, sociologia é minha proxima faculdade.
Bom, se já estava assim a dez anos atras, da pra ter uma noção de como esta hoje em dia. è mto triste, irritante e contrastante.

Eu moro num bairro nobre de sp, morumbi, e ao lado do meu predio, exatamente um quarteirao, esta a favela de paraisopolis. uma das maiores daqui, todos os funcionarios do meu predio e do comercio da arredondeza são de lá. a moça que trabalha na minha casa tbm é. Compartilho com ela todo meu dia-a-dia. temos os mesmo sonhos, e ela tem as mesmas coisas q eu tenho, internet, tv a cabo, bolsas e sapatos, tudo!é engraçado pq a ntes de vir morar em sp, eu achava q as pessoas da favela eram mto diferentes de mim. hj eu percebo o quanto somos ignorantes de pensar assim. e ter crescido numa arredoma de vidro de brasilia me fez acreditar q tudo se resumia ao congresso e aos cargos políticos dos meus familiares.

Quando eu ouço as histórias do porteiro, do jardineiro, e todos q colaboram para o meu bem -estar, o bem -estar da minha moradia; eu tenho a plena certeza de que a favela se tornou um estado. e que durante esses anos, os traficantes vem suprindo os moradores de tudo aquilo q eles nao ganham do governo.
se nós(classe média) tbm fossemos ignorados pelo governo, tbm perderíamos o rumo de nossas vidas, diante de tanta miséria e injustiça.
O q é mto triste é ver que é uma bola neve, e q junto com pessoas boas, estao tb os maus.e a violencia acaba por tomar conta e nos impedir de ir e vir..
me sinto presa. sinto medo.
como diz o zelador do meu predio: ele quer q o filho estude e tenha atividade o dia todo, para que eu(carolina) possa sair nas ruas a noite tranquilamente, e nao correr o risco de ser vítima da violencia.

qual a diferença entre eu e o filho dele????

ambos querem apenas um futuro.
digno de um ser humano.

12:05 PM  
Blogger Erickson Sena said...

A educação pode ser um começo, mas não se pode parar por ai.
Esses jovens crescem revoltados com tudo de ruim que os cerca, porque pra eles só existem tudo o que é pior.
A saúde, a moradia, o emprego, o salário, o lazer (não vou falar da qualidade de vida porque não existe qualidade nisso, embora muitos vejam e digam com prazer que gostam da vida que tem).
Eles sofrem com o descaso, com a humilhação, o desrespeito, preconceito e com nossos governantes e entidades criadas para proteger mas que são perigosas tanto quanto os bandidos.

Sinceramente, nem estava com vontade de falar aqui a respeito. Porque não acho que tenho esse direito, nunca briguei pelas atitudes do governo, aumento de salários de senadores, deputados que já eram enormes. Nunca fui a um movimento para brigar contra coisas deste tipo.
Os jovens da minha época estão atônitos e não fazem nada. Estão esperando nossa época passar.

Quando alguma lei ou projeto vai a votação, não aparece ninguém para poder fazer uma pressão e acabam por deixar tudo na mão de quem não precisa, então eles fazem o que querem.

Acredito que os traficantes continuarão a existir, pois é um jeito muito fácil de se ganahr dinheiro, e também de se perder a vida, mas pra quem já não tem quase nada a perder a não ser a própria vida é algo viável.

A favela vai continuar a existir!

Em alguns lugares de BH, retiraram pessoas de suas casas por alguma obra que iria acontecer e os levaram para prédios populares, em alguns prédios o "movimento" continua firme e forte. É a favela vertical!

Quer dizer, o governo precisava realizar a obra, e pra isso precisava retirar várias pessoas, dentre elas traficantes.
Estas pessoas moravam em casas de um cômodo apenas, ou dois, e sairam de lá e receberam um apartamento de 2 quartos num valor muito maior e num local muito melhor que o local onde moravam, e no entando continuaram no crime!

Acho que pra acabar com isso só um trabalho em conjunto. Está é minha opinião.

Polícia, governo, saúde, educação, condições de moradia para que haja uma inserção social destas pessoas que estão tão distantes da nossa chamada sociedade!

Obrigado por mais vídeos Tico!

Abraço!!!

Sorte Sempre...

Erickson Sena

12:15 PM  
Anonymous Anônimo said...

Olha eu aqui de novo é que estou limpando a casa e os videos que assisti não me saem da cabeça,meu fico inconformada com tanto descaso que ´

Na na sociedade em relação a pobreza como eles podem tratar seres humanos como coisas, e ainda por cima duvidão da capacidade deles de se organizar.Se na época que o documentário foi feito tivesse sido feito alguma coisa, talvez hoje as coisas não estariam como estão.Eles estão mostrando que sabem sim se organizar e estão cada vez mais descendo dos morros e mostrando para a sociedade que eles existem e que a culpa é de todos nós.Aqui em SP o PCC está cada vez mais organizado colocando os seus integrantes para fazer faculdade, bobo foi quem achou que eles ficariam sempre na "senzala" só assitindo as torturas que são feitas com eles.
A sociedade como se essa situação nunca tivesse existido e só agora estivesse aparecendo essas situações, enquanto estavam nos morros ou longe dos grandes centros, não incomodava a ninguém.
Não podemos mais ficar sentados assistindo a tudo isso pelo notíciario temos que fazer alguma coisa, lutar pelo que é de todos nós negros ou brancos, ricos ou pobres o direito de ter uma vida digna com direito a saúde, escola de qualidade e uma sociedade menos egoísta.
Não aceito a polícia tratar a todos como bandido, não aceito ter que ensinar o meu filho a como se comportar quando é parado pela á polícia quando está indo para a escola e ser desrespeitado por eles.Porque será que todas as pessoas que detem o poder acham que são donas das nossas vidas.
È uma pena que documentários assim não passem na televisão em horário nobre para todos assitirem a realidade do seu sofá confortável, mas elas se recusam a ver a realidade , e quando aparecem pessoas para falar, debater o assunto são tachadas de chatas.
È acho que é bem complicado tudo isso mais tenho certeza que só o fato de estarmos aqui falando e trocando idéias e opiniões sobre esse assunto já é um bom começo, só não podemos ficar só nisso.
obrigado.

1:11 PM  
Blogger Unknown said...

Um documentário que me arrepiou e foi tema de análise de um grupo na qual faço parte foi: Falcão - Meninos do tráfico. Feito por MV Bill e Celso Athayde. Realmente fantástico. Um soco na boca do estômago da sociedade. O livro é tão maravilhoso quanto o documentário em sí.
Abraço!

1:45 PM  
Blogger Leticia said...

É difícil comentar quando se tem tanto a dizer. Notei que está difícil pra todo mundo. Então vou expor minha idéia geral, depois com os demais comentários vou aprofundando.
Acredito que todo problema não está no tráfico, mas em sua ilegalidade. Todo dinheiro arrecadado pelo tráfico de drogas é diretamente transportado para o tráfico de armas, financiamento de fugas de detentos, abastecimento do sistema de corrupção policial. O que sobra é utilizado para benefício próprio dos traficantes, que, como em toda “empresa”, necessitam do lucro para o sustento próprio, e de capital de giro pra fazer a máquina continuar a funcionar.
O tráfico substitui SIM o Estado no morro. As favelas comandadas pelo tráfico são um governo à parte. Digo até um estado particular. Existem leis próprias, programas de “defesa” e “auxílio” aos moradores, política de criação de empregos e de “educação para o futuro”, ainda que tudo em benefício da continuidade da traficância. Fazem lá o que o nosso Estado não faz nem lá nem aqui. Como bem disse o policial do BOPE, o único segmento do poder do (nosso) Estado que vai ao morro é a polícia. E isso não é suficiente.
Pois bem. A polícia.
A polícia é corrupta (e tem lá seus motivos) e utiliza de uma técnica primitiva de controle (repressão) em prol da proteção do (nosso) Estado. No entanto, ainda não realizou que o status quo do traficante mudou. A nova geração (pasmem amigos!) NÃO TÊM MEDO DE MORRER, e têm a prisão como conseqüência natural do “ofício” que praticam.
Fica muito difícil lutar contra isto. Quando a vontade de praticar o delito é maior do que o medo da represália, é o começo do fim. A não ser que o delito deixe de ser considerado como tal...
É necessário uma medida urgente, antes que o crime se torne efetivamente organizado, sob pena de dominação.
A Luana está certíssima, ao meu ver, quando diz que se encaixa no “sistema” por causa dos valores que lhe foram passados. Nós somos frutos do meio em que vivemos. As pessoas mostradas no documentário também. Salvo exceções, que talvez nem sejam exceção, mas sim pessoas que foram privilegiadas com a consciência educacional diante do caos, seja através da família ou de alguma outra influência.
O que sei é que do jeito que está não vai! Política de repressão e cadeia cada vez funcionam menos.
A ausência de política de educação e de ressocialização também é um ponto chave para a perpetuação do caos social que invade o Rio de Janeiro, principalmente.
E não costumo fazer julgamentos, mas o descontrole emocional frente à esta questão me domina. Preciso dizer que acho de uma imbecilidade absurda a declaração do Chefe da policia carioca da época quando disse que a repressão mantém a favela em controle.
Em controle? Onde meu amigo?
Na clandestinidade social sim, em controle não, tenha paciência!

3:08 PM  
Blogger Unknown said...

Nem assisti aos vídeos. Mas vou dizer o que penso a respeito dessas "coisas que mudam o mundo".
Todas as idéias postas são maravilhosas. Mas absolutamente ineficazes se não houver uma verdadeira revolução!

Primeiro: Tenho uma visão um tanto diferente de governo, o qual me pareceu a principal saída encontrada pelos que postaram até agora. Não acredito que seja ele seja a solução. Tento... mas não consigo acreditar nisso! É um conto de fadas! Completamente diferente da nossa realidade. Estamos muito longe de termos um governo que realmente nos represente.

Segundo: O egoísmo reina em praticamente toda a sociedade. Ninguém pensa no próximo - dias atrás alguém me disse que não deseja o mal pra ninguém, mas que se alguém tiver que sofrer que não seja alguém de quem goste -, a maioria só se coça e protesta quando "é o seu calo que aperta".

Às vezes dá vontade de pedir pro mundo parar pra poder descer dessa loucura!

É difícil... difícil fazer algum comentário sobre assuntos desse gênero, que envolvem tantas pessoas e muito dinheiro. No fundo, por trás de todas as atrocidades há alguém que às comanda por dinheiro. E exatamente por este motivo é muito difícil confiar em outros homens, homens que se vestem de maneira exuberante, mas que são tão piores quanto os traficantes, assassinos e estupradores. Muito difícil...

Por outro lado, é absolutamente necessário haver a esperança, sem a comodidade de esperar pelo resultado. Se alguém vai mudar essa situação, somos cada um de nós! Com a tal revolução... REVOLUÇÂO DO AMOR.

Amor a vida, ao próximo, à natureza... só o amor, e a coragem de disseminá-lo podem nos aliviar das guerras que vivemos.

"Quando o poder do amor superar o amor ao poder, o mundo conhecerá a paz." (Jimi Hendrix)
*Frase apresentada no documentário Zeitgeist.

Abraços!

"A alegria e o amor são as duas grandes asas para os grandes feitos." (Goethe)

5:40 PM  
Blogger Borboleta Bia said...

Brunosauay,

acredito que independente de cor, cada pessoa deve ser responsável pelos seus atos e pagar por eles. O negro não é preso pela cor e sim porque no Brasil são os mais desfavorecidos, mas não são os únicos lembre-se!
Seria mais coerente da sua parte colocar que independente da classe social a justiça deve ser cumprida. CHEGA DE JEITINHO BRASILEIRO. Acrescento ainda que não basta cadeia se não tiver um plano para reintegrar estas pessoas a sociedade. Não é despejando estes seres lá que os problemas estarão solucionados. Dói, mas infelizmente a classe média e alta se conforta com esta falsa realidade.

Eu defendo a idéia de privatizar as cadeias e que o Estado crie empresas onde os presos trabalhem nelas. Provavelmente não terá lucros, ficará elas por elas, mas certamente o infrator sairá com uma expectativa de vida diferente da que ele entrou. Terá uma “carta” de referência ao invés de ter um diploma do crime com direito a pós e mestrado a cada nova entrada no xadrez.

Embora eu more em uma cidade muito mais tranqüila que o Rio de Janeiro, percebo que o comportamento dos criminosos é o mesmo dos daqui. Uma pessoa muito próxima a mim foi um dos principais traficantes da cidade. Ele teve as mesmas condições que a minha de estudar e ter um emprego bacana, mas optou pelo tráfico pelas facilidades e se mostrar viril. Teve um pai ausente e está sendo um pai ausente. Uma mãe submissa que afirma ser um gasto estudar, uma bobagem. Ele já foi e voltou algumas vezes, e continuará voltando porque nunca teve um pai e uma mãe de verdade. Para completar é casado com uma mulher ambiciosa, que mesmo passando por humilhações é submissa. Tenho dificuldades para assimilar isso.

Tico você já indicou o livro “Abusado” de Caco Barcelos outras vezes, mas acredito que cabe novamente citá-lo neste momento.

Abraços,
Gabi

8:13 PM  
Blogger Simplesmente Paris said...

Oi Tico

Tô sem tempo de ver os videos, infelizmente, desta vez não posso debater, vou tentar passar novamente durante o final de semana.

Beijos a todos.
Adore esse clube.

4:18 AM  
Blogger Filho said...

Voltando para fazer um outro comentário.

Estive lendo o que os outros leitores do blog escrevem sobre o tema e notei o detalhe de eles falarem da violência e da miséria sempre com respeito a um outro: o povo, o pobre, o favelado.

Talvez eu seja de todos aqui o mais próximo dessa realidade, pois moro num bairro de Salvador onde a criminalidade come solta. Ao lado da casa onde moro tem uma pequena viela que serve como boca de fumo. O dia todo, a qualquer hora, pode-se ver rapazes vendendo e consumindo drogas. Na terça-feira, por volta das 22:30h a Choque deu uma batida por lá e revistou os caras, infelizmente (ou felizmente) os mais perigosos não estavam na boca no momento, os que se encontravam(a maioria apenas usuários e algusn que apenas estavam de passagem e não tinham nada haver com aquilo) foram espancados pela polícia de forma brutal.
Não consigo esquecer da linguagem usada pela polícia e da forma como eles agiam. Agora, vivo com medo não só dos criminosos do bairro, mas principalmente da polícia, pois sei que como negro vou ser visto como ladrão e traficante, e apenas isso.

Também vivêncio uma outra realidade. Curso faculdade de jornalismo e na faculdade tenho muitos colegas que usam drogas, a grande maioria. O que me surpreende é vê-los meter o pau na polícia, nos governates, sendo que são eles (classe média, classe média alta) que ao utilizarem drogas financiam todo um sistema que dia a dia corrompe os garotos da comunidade onde moro.

Fui criado no interior numa cidade do interior e desde que estou em Salvador tenho passado por situações que antes me ocorriam como fantasiosas. Ontem a noite, por volta das 01:05h da madrugada, eu estava numa praça no Centro da Cidade com meu ex-namorado, quando dois rapazes se aproximaram de nós pedindo dinheiro; tanto eu quanto meu ex negamos ter qualquer quantia conosco. O cara ficou revoltado, como se eu tivesse a obrigação de lhe dar dinheiro. Foi quando o cara mandou o companheiro "puxar o ferro". Eu saí correndo e peguei um táxi, no qual meu ex já havia entrado.
No táxi eu pensava: "eu não tenho porque dar dinheiro a ninguém, não sou a madre Tereza de Calcutá e nem conheço o cara", o cinismo da formulação desse pensamento me levou a uma outra coisa que me passou pela mente: "ele também não é, ele não tem porque ser gentil com um cara como eu. Enquanto eu remexia o lixo do Centro, eu estava numa boate dançando e bebendo".
Acredito que enquanto vivermos a lei do "vire-se", do "vá se fuder", do "não tenho nada haver com a sua vida" não haverá porque ter respeito pelo outro. E sem respeito pelo outro, sem a preucupação por seu bem estar, estaremos sempre a mercê da violência generalizada.

Abração!

7:32 AM  
Blogger Raísa, said...

Oi, meu nome é Raísa, tenho 14 anos, e constantemente visito seu blog,apesar de ser a primeira vez que deixo um comentário, que resolvi escrever devido ao post falando do documentário que diz "expor a farça da história de Jesus Cristo". Gosto de ler o que você escreve e o jeito que pensa, sobre o documentário, é bem feito, e estranho ao mesmo tempo, cada um pensa e encara de uma forma o que ele diz, de fato muita coisa lá faz sentido, mas temos que chegar as nossas próprias conclusões através do pensamento, se por um lado o documentário questiona o fato de acreditarmos no que a igreja diz sem questionarmos, eles tentam fazer a mesma coisa. Confuso.
Se eles tentam nos fazer acreditar que Deus é uma farça dizendo que o mesmo é um "plágio da religião egipcia" também falando que nada prova que ele existiu, também nada prova que ele não existiu.
E sobre a sua indescritível experiência da depilação e o incômodo que isso lhe causou depois, não se preocupe, depois piora.(pra você ver a nossa difícil passagem na Terra, mas ainda sim, inenarável).
Acabei escrevendo mais no que esperava, mas é isso aí, gosto muito de ler o que tu escreves,realmente é difícil hoje encontrarmos pessoas verdadeiramente dispostas a lutar por um Brasil melhor, não devemos nos calar NUNCA diante desta vergonha que se encotra nosso país.
Se mostre sempre disposto a encarar as críticas, sei que você é superior a isso, pois muitos criticam, mas destes são pouco os que fazem algo pra melhorar o mundo em que vivemos, e muitas pessoas por medo de demostrar sua indignação e revolta acabam criticando aqueles que questionam e reclamam.
Como dizia o querido e imortal Raul, "é sempre mais fácil achar que a culpa é do outro", mas se você se mostra superior a isso, como também dizia Raul "tente outra vez", e não desista nunca, e eu sei que você não vai desistir.
Abraço de uma brasileira de algum canto do país, mas uma jovem, e mais que isso, uma brasileira que luta por um Brasil melhor, e adimira os mesmos que assim fazem.
Beijo da moça aqui de Minas Gerais.

9:46 AM  
Blogger Unknown said...

Meu estimulador Santo Forte...Minha Santa Cruz

Vi esses vídeos ontem e acabei indo me deitar com uma certa náusea...indisposição até pra escrever....mas nada daquilo seria uma novidade, o que não deixa de chocar!!
Tem horas que ao escutar esses bandidos (os traficantes) tenho verdadeiro nojo, não me bate nenhum sentimento de piedade, e até (envergonhada admito) desejo mesmo coisas horríveis....sou humana e tenho sentimentos inferiores tb!!
Seus discursos são sempre os mesmos...suas paupérrimas palavras, as mesmas...são completamente desprovidos de argumentos colocados com alguma lógica...enfim...se vê pela pobreza na própria argumentação, que se repetem pois não têm pensamentos formados, exercício do pensar nunca lhes foi estimulado!!!...e minha conclusão, por hora, pode ser a de que algum poder (os que REALMENTE ganham com tudo isso) muito acima deles, percebeu como manipula-los (pq é fácil fazer isso em cérebros que não se exercitam) e estimula toda essa forma dicotômica de deixar essas verdades dominarem suas vidas!!
É sempre a mesma ladainha....eu não tenho como dar as coisas pra minha família, não tenho como ter as coisas que os bacanas têm...então vou ser bandido, vou roubar e vou “trabalhar” aqui porque se carregar pedra 10 horas por dia, debaixo de sol vou ganhar um salário mínimo e continuar nessa mesma merda de vida...como meu pai...minha avó...etc...
Bem...até ai a lógica existe, mas é a de quem colocou isso na cabeça dele, ou seja...quem ganha com isso...então ele vai para esse “mundo” porque sabe que não vai ser nunca um herói (e não consegue ver na realidade o verdadeiro heroísmo, porém sem glamour, de seu pai...sua avó....isso é completa ausência de valores) e resolve ser um anti-herói, que aparentemente tem um certo glamour – mas efêmero – e resolve tentar status com armas pesadas nas mãos, mulheres que tb não querem um herói sem glamour e que escolhem anti-heróis para se posicionarem com este “status” em seus meios, ambiciosas e sem força para buscar uma vida honrada...e todo esse círculo vicioso que sabemos de cor.....e que eles descobrem que é um mundo efêmero após estarem dentro e já sem nenhuma, ou quase nenhuma chance de saírem...e seu fim será a morte trágica e prematura ou a prisão....ou alguém conhece um bandido que envelheceu, vive bem a sua aposentadoria e sua vida hj é tranqüila...que “valeu a pena”???...Não existe naquele meio.....esses, só nos meios dos que os levam a isso mas estão tão acima deles que eles na verdade nem sabem quem são...nunca verão...aqueles que não colocam toucas no rosto para darem entrevistas e não moram em comunidades!!!
O que fazer para minimizar de forma drástica (pq dizimar é utopia) esse círculo de coisas??
Não há solução que fuja da EDUCAÇÃO...NÃO HÁ!!...quando vc estimula o pensar...quando vc educa ...seres renascem, seres se modificam...um mundo verdadeiro e novo se descortina....
Educação não é só ir à escola regular, mas é bastante importante, se houver investimento nos profissionais educadores para que sejam pessoas envolvidas e aptas em estimular sempre!!! (pq cada ser humano tem um talento que pode ser despertado)....arte é educação - música, leitura, teatro, dança...esporte tb é uma forma de educar, criar disciplina...enfim....TEM QUE HAVER INVESTIMENTO NESSES SETORES TODOS!!! E o policial do BOPE foi implacável ao dizer: “O único segmento do Estado que vai ao morro é a polícia...só a polícia não resolve”...e ele me emocionou quando diz que esta cansado, que nem seus familiares não perguntam mais como foi seu dia....porque isso virou cotidiano...MEU DEUS!!!
Os policiais tb são vítimas e acredito que em sua maioria são honestos e lutam contra a corrupção, mas da mesma forma que se torna difícil ao bandido fazer as melhores escolhas, o policial é mal treinado, ganha mal, não há investimento em seu preparo e tem que diariamente enfrentar uma guerra...já pensou nisso...seu serviço, seu ganha pão, seu ofício ser enfrentar diariamente uma guerra?? Eu particularmente tenho maior simpatia e dou maior crédito para a polícia fardada....mas não deixo de acreditar que há bons e maus em todas elas!!
Infelizmente tenho que concordar com grande parte do depoimento do Hélio Luz...ele foi “nu” ao dizer da realidade...pode parecer horrível....mas é a verdade o que ele fala sobre como são excluídas essas pessoas....o que torna, as resistentes em viver pelo bem e pela honestidade, realmente HERÓIS...como aquela senhora que entrega jornais e sua luta em livrar toda a sua família desta sujeira, desta nojeira toda que é a exclusão à que esses seres humanos, é imputada!! ...ou aquela família que deu a maior parte dos depoimentos...tão lúcida e com tamanho instinto de sobrevivência no aprendizado do convívio em meio a todo esse horror....
Repito o que já disse aqui outras vezes.....a MAIORIA das pessoas é BOA, em quaisquer lugares em que possamos ir, conviver, estar....tenho certeza, o que falta em alguns destes lugares é oportunidade que como bem disse o policial...o Estado tem que suprir e em minha opinião tb....é através de EDUCAÇÃO...tão somente, mas tão desacreditada!!! Educação que incentiva talentos, que desperta valores verdadeiros, que transforma, enfim...que pode sublimar a vida...que pode trazer à ela o real valor que ela tem!!!

1:39 PM  
Blogger Vera Lucia said...

Oi Tico,

Olha, a situação é tão complexa que até para fazermos um comentário fica difícil.
Gostaria de ter um monte de idéias para solucionar esses problemas, mas não tenho, então vou falar sobre o que me fez pensar.

Foi mencionado que a "empresa" do tráfico emprega o equivalente que a Prefeitura, e que para cada traficante que um policial "elimina", há vários na fila esperando para ocupar aquele lugar, pelas facilidades na entrada de dinheiro, enfim, uma luta sem fim.
Olhando o "panorama" dessa forma, agora consegui compreender quando tu mencionasse em outro texto que a polícia deveria investir mais no combate ao tráfico de armas.
Ficou claro que hoje os traficantes se sentem iguais ou até mais "fortes" do que os policiais, e o que lhes garante ter essa sensação de "força" é justamente o fato deles disporem do que há de melhor em armamentos. Então, se fosse possível dificultar o acesso deles a essas armas, a sensação de "confiança" com relação ao combate com a polícia, diminuiria,
Mas aí eu pergunto: quais seriam as medidas para tal providência??? Por terra, poderiam (talvez???) convocar o nosso exército, que treina, treina, e a maioria nunca precisou aplicar o que aprenderam (ainda bem).
Aos 18 anos o jovem é convocado, fica um ano recebendo treinamento e um salário (que nós pagamos) e
depois fica esperando por uma guerra, para ter a chance de representar o nosso país (???).
Então, porque não utilizar toda essa mão de obra para cercar as fronteiras??? Durante esse um ano, poderiam dividir o tempo entre treinamento e ação. Isso sem falar nos que seguem carreira.
Bem, isso daria para ser feito por terra, mas o que poderia ser feito com os transportes marítimos e aéreos??? Aí eu sei que é bem mais complicado. Não sei quase nada a respeito, mas acredito que alguma coisa poderia ser feito. É claro que isso não acabaria com a entrada das armas em nosso país, mas poderia diminuir muito.
Outro detalhe que me chamou atenção foi quando aquele policial fez a pergunta: porque essas empresas internacionais continuam investindo tanto na produção de armamentos pesados, se não estamos em nenhuma guerra??? (pelo menos não declarada). A resposta é óbvia, porque tem quem compre e dá muito lucro. Eles sabem muito bem o destino que elas terão, mas não estão nem um pouco preocupados com isso. É aquilo que o FILHO e o BRUNO mencionaram. A maioria das pessoas pensa: "...que o outro se foda, eu quero é me dar bem...", não existe preocupação com o bem estar do outro, muito menos amor. Todo mundo visando o lucro imediato. Não pensam no todo. Os americamos ou outro qualquer que produz as armas, e sabe que o destino são os traficantes do Brasil ou de outro país qualquer, estão pouco se importando. Mas as coisas podem chegar a um estágio que nem todo o dinheiro que eles conseguiram vendendo armas, vai poder livrá-los da humanidade que está se formando.

Também com relação ao número de pessoas que o tráfico emprega, pensei: se as drogas fossem legalizadas, onde todo esse povo iria "trabalhar"???. O que é que eles iriam fazer, sem estudo, sem uma profissão, e acostumados a ganhar um salário que não conseguiriam com um emprego normal??? Iriam traficar outras drogas???, iriam aumentar as misturas e sem precisar pagar impostos vender mais barato que nas farmácias, tipo produto do paraguai??? iriam mudar o tipo de delito, sequestro, assaltos a mão armada???
Isso até poderia ser um problema que teríamos somente no momento da implantação da legalização, desde que todos os outros elos dessa corrente também fossem resolvidos, como citou o ERICKSON (educação, saúde, etc).

Sei que tu já postasse outro texto, mais eu ainda tenho uma porção de coisas fervilhando aqui na minha cabeça sobre esse aqui, por isso vou voltar pra falar mais a respeito tá???

Abraços...

3:23 PM  
Blogger Vera Lucia said...

Sabe Tico, eu sei que existe corrupção na polícia, assim como existe em praticamente todos os tipos de trabalho, nas escolas, em casa. Conforme campanha "O que você tem a ver com a Corrupção", que bombou aqui em SC no ano passado, nas rádios, tvs, jornais e principalmente nas escolas, a corrupção acontece cada vez que alguém se dá bem, tirando proveito de outro alguém. Parece que essa campanha ganhou um prêmio que não me lembro agora qual foi, mas que devido ao seu sucesso, seria levada a todos os outros estados do Brasil nesse ano.
Mas voltando aos policiais, eu acho que o dia a dia deles é como disse a INA, digno de serem chamados de heróis. Ganham um salário menor que muitos operários de uma Empresa, para enfrentar situações que eu nem preciso detalhar. A maioria das pessoas os vê como frios e grosseiros, e alguns são mesmo, mas muitos não.
A expressão daquele policial do BOPE não era nenhum teatro. Vi em seus olhos a decepção, o desânimo, por saber que estão correndo o risco de perder a vida, todos os dias, por uma luta que não vai ter fim. Não sei se tu chegasse a ler na Galileu de Novembro/2007, mas o BOPE transformou uma sala do quartel para formar um centro de congregação do batalhão (estão apelando para a ajuda Divina). Pelo depoimento que li de alguns policiais, dá pra sentir o que se passa por dentro deles. Eles não estão naquele estágio que os traficantes se encontram (suicidas), e precisam encarar diariamente aquele encontro de dois animais, querendo provar quem eliminará quem (como descreveu aquele morador).
Fiquei gelada quando ouvi o depoimento daquele adolescente dizendo que se sente normal depois de matar alguém, e que ainda não tinha tido oportunidade de matar um policial (como quem diz: "não vejo a hora disso acontecer...").
Fiquei surpresa, também, com a memória daquele traficante que foi preso várias vezes. Ele descreveu para a reporter, todos os lugares em que foi preso, o porquê, quantos meses (exatamente) ficou preso e quantos ficou livre. Isso comprova o quanto vai se criando marcas negativas dentro do traficante. Aí entra a questão do nosso Sistema Penitenciário. Também sou a favor de que os presos precisam ter uma ocupação que não lhes permita ter tempo, nem disposição para pensar em planos de fuga ou a prática de novos crimes, e o mais importante: que os façam sair da prisão com uma profissão, uma perspectiva de vida, sem ser a volta ao mundo dos crimes.
Poderia ser criado um sistema em que os próprios rendimentos da produção dos presos fosse usado para a manutenção dos mesmos. O Governo ficaria com as despesas dos funcionários, construção e manutenção dos prédios...

Eu sempre defendi a idéia de que nascer pobre não obriga ninguém a seguir a vida do crime, até porque, tinha por base a minha própria situação, mas a diferença que hoje consigo enxergar, é que, eu nasci numa família pobre, passei dificuldades, não podia comprar os tenis e roupas que minhas amigas usavam, aliás, nem tenis as vezes a minha mãe podia comprar, no entanto, cresci ouvindo da minha família, que eu precisava estudar, trabalhar (honestamente), e aos poucos eu iria conseguir adquirir o que eu desejava. E foi assim que aconteceu. Sou muito grata aos meus pais, por terem me dado essa orientação.
Agora, essas crianças das favelas crescem ouvindo o oposto: você merece ter tudo o que os filhos dos outros tem, só que estudando e trabalhando honestamente, o caminho vai ser muito mais longo e talvez você nem consiga (isso inclui mulheres, poder, etc).
Então, fico pensando, se eu tivesse crescido com esse tipo de visão, que caminho eu teria seguido??? Sei lá!!!
O que eu sei é que mesmo as pessoas que tem estudo, um emprego, moradia, etc, se sentem inseguras com relação ao futuro, imagina eles que não tem nada???
Isso só reforça a pouca importância que eles dão a vida.

Sabe Tico, poderíamos virar uma noite, duas, três..., falando sobre tudo isso, mas quanto mais eu penso a respeito, mais me sinto "pequena" com relação a situação.
Sou uma pessoa muito otimista e sempre tive como característica forte, procurar soluções para problemas e encontrá-las, e fico frustrada quando olho para algo e não vejo alternativas para o problema ser resolvido. Na verdade, alternativas até existem, mas não vejo interesse das pessoas em querer resolvê-los. Parece que em todos os lugares onde o "poder" de resolução dos problemas existem, há mais pessoas interessadas em seu próprio benefício, do que a do bem coletivo.

Muita luz pra todos nós...

7:05 AM  

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