Eu, laboratório de mim.

Da magnitude de se experimentar o mundo em todas as
sua possibilidades, escolhi o PRAZER.
As coisas Boas.
Talvez porque em algum outro momento de alguma outra
existência tenha vivido o sofrimento.
Penso em não repeti-lo se possível.
Se não, em tirar algo que me mostre o valor verdadeiro das gratas alegrias.
Quero descobrir, me entregar e abrir meus sentidos para
sensações, gostos, toques e visões sem me perturbar com as regras e com a intolerância dos que ignoram a grandeza de estar vivo.

Estar vivo e não somente respirando oxigênio poluído e as angústias provocadas por milênios de escravização moral e mental.

Estar vivo para ser surpreendido por um lindo nascer do sol ou por uma noite de tempestade em que os sons das gotas de chuva batendo no telhado me tragam aquela paz que se oculta por trás do medo que os filmes e histórias de terror insistem em nos semear.

Me apaixonar todos os dias pelas flores e pelo canto dos pássaros sem me importar com o barulho ensurdecedor do progresso humano.

Me deliciar com as formas e gestos delicados das entidades femininas que desfilam o desafio eterno da fissura por um segundo de sua atenção no instinto mais selvagem.

Responder aos estímulos do mar e das águas e do vento arrepiando todos os poros com esplendor do contato eterno mais presente em nossos corpos.

Ouvir melodias, ora confortantes, ora estimulantes e se entregar aos seus movimentos.

Confrontar a química e as leis físicas gerando descargas intensas de hormônios dotados de poderes extraordinariamente indescritíveis.

Voar com a imaginação e o pensamento por mundos pouco divulgados e compor novos horizontes sem prejuízo quando
o melhor for dar um passo para trás.

Eu, laboratório de mim.
Buscando no amor os sentimentos evoluídos sem deixar de perceber que só cabe a natureza a perfeição divina.
Imperfeita em sua mais profunda sabedoria.
Divina por nos proporcionar a consciência de que não estamos sozinhos nesta busca.

A eternidade só pertence as idéias.
A mim cabe vive-las.

Tico Sta Cruz